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Parte 1: Por que Cheese In The Trap é uma lição de vida?

Produzido pela tvN, o drama possui umas discussões sobre a vida adulta que merecem destaque na roda de conversa de dorameiros.


Se alguém me perguntar qual história mais me fez refletir sobre a vida, eu vou falar sobre Cheese In The Trap. Os amantes de webtoon já conhecem: criada por Soonki, roda a vida de recém adultos de Baek In-Ho, Yu Jung e, principalmente, Hong Seol.


Já foi adaptada duas vezes. Em 2016, a tvN produziu um drama com Kim Go-Eun (de Goblin), Park Hae-Jin (de Bad Guys) e Seo Kang-Joon (de The Third Charm). E em 2018 foi lançado um filme, mantendo o Hae-Jin no elenco, mas substituindo os outros dois protagonistas por Oh Yeon-Seo (de A Korean Odyssey) e Park Ki-Woong (de Return).



Eu sou uma das fãs chatas que defende que nenhuma adaptação chega aos pés do original, pois um foca muito no romance e o outro, no passado. Durante toda a webtoon, você tem a impressão de que está amadurecendo junto com os personagem e eu juro que nunca vi algo retratar a vida em faculdade de modo tão realista como Soonki fez. É sério, se tiverem tempo disponível, leiam a webtoon!


Mas de jeito nenhum eu tiro os créditos do drama. E por isso eu listei aqui algumas das razões do porque, mesmo você odiando o final, deveria aclamá-lo.


 

ATENÇÃO: SPOILERS LEVES

(Spoilers mais pesados serão sinalizados)


Cheese In The Trap é uma lição de vida porque nos mostra...

... Que aparências enganam


Essa é uma verdade que fica estampada para você logo de cara. O começo é montado em cima de como a Seol enxergava o Jung. As ações do garoto rico o pintavam como bom moço, muito prestativo e educado cujas pessoas chegavam a abusar da sua bondade. Mas bem observadora como ela é, percebeu que isso não era totalmente verdade.



Já o conhecendo há mais de um ano, ela teve experiências ruins com ele ou que, de alguma forma, o envolviam. Digamos que ela passou por poucas e boas e a cada situação, um pedaço dessa imagem que ele tinha para todos desaparecia para ela a ponto de ela ter medo dele e o evitar para não precisar falar com ele.



Mas Seol estava sozinha nesse lado, pois ninguém, no começo, conseguia ver como ele era. Só ela via e sabia que seria taxada de exagerada se dissesse o que pensava. Por isso nos primeiros episódios sempre a vemos calculando cada coisinha que ele faz ou fala, já que não confia nele (cof cof e depois descobrimos que ela estava certa cof cof). O mesmo vale a todos os outros “vilões” da história. Tirando dois deles que sempre aparentaram ser encrenca, julgando pelo modo que eles se apresentavam para os outros, você iria imaginar que se tornariam grandes dores de cabeça?


É, o drama nos ensina como nós sempre devemos prestar bem atenção a quem nos cerca. É o famoso “confie nas pessoas desconfiando”: se algo aconteceu que possa te fazer duvidar, não descarte a possibilidade por parecer exagero.


... Que todos têm uma máscara social


Esse é tipo uma continuação do primeiro. Se ali em cima eu falei sobre as pessoas esconderem quem verdadeiramente são, aqui eu digo que todos nós fazemos isso.

Hong Seol social era a santa que não sabia dizer não e acabava assumindo mais responsabilidades do que poderia aguentar, mas sempre com um sorriso no rosto. Era praticamente um “Jung do bem”: inteligente, prestativa, simpática, mas pobre.


A Hong Seol de verdade era uma menina que estava tentando sobreviver a faculdade. Ela tem uma insegurança a rondando a todo momento por, mesmo que bem de leve, achar que não será boa o suficiente para a vida adulta ou para a sua família. E isso a afetava em todos os sentidos.



 

SPOILER MÉDIO ABAIXO


É só ver como ela agiu quando percebeu que não conseguiria a bolsa. Ela se sentiu devastada, como se tivesse falhado profundamente. Toda a insegurança que ela possui a atacou bem em cheio naquele momento, tanto que duvidou da sua própria capacidade. E nos relacionamentos que ela possui também. É perceptível que ela de vez em quando se perguntava porque aquelas pessoas estavam com ela e, com medo, afastava-as.


SPOILER MÉDIO ACIMA

 

Seol possui uma máscara que é mais socialmente aceita, sobrevivendo dela como podia. Mas ela não estava errada, pois todos fazemos o mesmo. A grande lição disso é que mesmo tendo plena consciência de como nós somos, não agimos como queremos. O problema não é ter vergonha, mas é o que achariam de nós e como isso futuramente prejudicaria nossas vidas.


... Que o orgulho pode nos trazer a ruína (CONTÉM SPOILERS GRAVES)


Baek In-ho e Baek In-Ha se tornaram pessoas extremamente orgulhosas ainda adolescentes. Apesar de, quando crianças, não terem vivido no luxo, quando foram “adotados” pelo pai do Jung, passaram a ter o dinheiro como aliado. Foram mais mimados pelo Sr. Yoo do que o seu próprio filho. Isso fez com que os três criassem uma visão meio distorcida de como o mundo funcionava.



In-Ho cresceu se sentindo o rei da cocada preta. Ele tinha dinheiro, uma família e talento na única coisa que gostava de fazer. De algum modo, ele sentia que isso lhe dava o direito de esnobar as pessoas. Ninguém era bom o suficiente: nem os garotos riquinhos, nem os outros alunos da aula de música e nem mesmo o seu amigo Jung.



In-Ha cresceu achando que o mundo lhe devia tudo do bom e do melhor. Por isso que ela nunca nem sentiu vontade de sair daquela área de conforto, afinal ela tinha uma casa, dinheiro para comprar o que queria, era bonita e amada pelo Sr. Yoo. E quando não tinha o que queria, sentia que tinha o direito de armar uma confusão, como se tivesse sido tratada como lixo (os ataques de nervos dela mostram bem).



Não tirando os créditos do Jung, mas os dois foram aos poucos se colocando em uma armadilha, como se enrolassem uma corda em seu próprio pescoço. Até que finalmente eles se prejudicam a ponto de ver que não tem escapatória além de encarar a realidade e tentar consertar a própria vida.


O que eu quero dizer é que eles não são vítimas das ações de um vilão que depois de destruí-los, deu uma risada maléfica. Muito do que passaram, causaram a si mesmos. O orgulho exagerado do que possuíam o transformaram em pessoas horríveis que não se importavam se tivessem que passar por cima de alguém — se tivessem uma oportunidade, passariam.


O drama nos ensina muitas outras lições de vida que abordarei na segunda parte. Por enquanto eu reforço que essas são as minhas impressões e opiniões sobre a história. Existem outras interpretações, algumas totalmente contraditórias a minha, mas uma coisa não podemos negar: ele quer sim nos transmitir algo além de cenas engraçadas de um bom plot.



Matéria por: Yasmin Santos.

Não retirar sem os devidos créditos.

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